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A FLIP DA VIRADA

Atualizado: 30 de nov. de 2022


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Até então uma festa literária da intelectualidade paulista, esse ano a Flip mudou. Na falta de verbas para a montagem tradicional, esse ano foi preciso inovar.


Sai a tenda principal com 850 lugares e entra a igreja da matriz, com 450, praticamente a metade. Em compensação, na tenda do telão, sempre em um lugar desconfortável, com sol, dessa vez está generosa, gratuita e aberta, no meio da praça principal.


Saem os autores estrangeiros, estrelas da literatura, e entram várias figuras notáveis da universidade brasileira como o Everaldo da Universidade de Juiz de Fora, e tantos outros nossos talentos que aqui descobrimos admiráveis.


E o autor homenageado, Lima Barreto, que é praticamente uma enciclopédia de todos os preconceitos correntes: mulato, pobre, artista e alcoólatra.


Mas que personagem! Morava no subúrbio, mas frequentava diariamente o centro do Rio, numa época em que a boemia, valorizada, lá se encontrava. Trabalhava 6 meses do ano, e perambulava os outros 6. Se dedicava ao contato social como uma atividade. Era casado com a literatura. Se expôs como ninguém fazia. Transformou até suas internações em conteúdo de textos. Deixou sua obra fisicamente organizada, com a confiança de quem sabia seu valor e tinha certeza da sobrevivência da sua obra. Radicalmente antiacadêmico, teve o respeito de grandes escritores do seu tempo.

Viveu apenas 44 anos.

 

 

E acordar de manhã com essa vista da Pousada Porto Imperial? A suite chama-se Ligia Clark e é deliciosa...

 

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