A propósito das conversas sobre reconstrução do Museu Nacional, li que um grupo de pesquisadores é a favor da não reconstrução, como forma de preservação da memoria do que foi perdido.
Me lembrei de uma reconstrução bem sucedida que visitei em Berlim, do Neues Museum.
Localizado da ilha dos museus, foi construído em 1843 e estava fechado no início da Segunda Guerra Mundial em 1939. Nos bombardeios de 1943, a escada central e seus afrescos foram queimados, juntamente com outros grandes tesouros da história humana. Em fevereiro de 1945, bombas Aliadas destruíram a ala noroeste, bem como a conexão com o Altes Museum e danificaram a ala sudoeste e a fachada sudeste.
Apesar de vários outros imoveis terem sido recuperados no pós guerra, somente em 1997 o arquiteto inglês David Chipperfield foi contratado para reconstruir o prédio. A maneira como é feita a contratação na Alemanha é um historia que conto depois.
No projeto, a fachada foi restaurada, mas o espaço interno apesar de ser estruturalmente reconstruído, não foi uma cópia exata do original.
As “cicatrizes” deixadas pela foram respeitadas e preservadas. Ainda se pode ver vestígios em paredes, colunas e no teto. O projeto deixa a mostra os danos causados pelos bombardeios e completa algumas paredes com superfícies brancas.
Em alguns trechos em que as lajes dos pavimentos desapareceram, não foram reconstruídas, permitindo uma reflexão sobre o que foi destruído.
Após 70 anos, o Neues Museum foi reaberto em 2009 exibindo, como antes, a Coleção de Artes do Egito Antigo, juntamente com a Coleção de Papiros, a Coleção sobre a Pré-história e História Antiga e ainda artefatos da Coleção de Antiguidades Clássicas. A peça mais famosa é busto da rainha do Egito Nefertiti, ainda com as cores originais. É hoje o museu com a segunda visitação da Alemanha.